• Presidente Lula defende mudança da arquitectura financeira mundial


    O Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, assinalou, sabado, no Fórum Empresarial dos BRICS, ser responsabilidade dos Estados emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitectura financeira internacional.

    Lula da Silva defendeu este posicionamento referindo-se ao “ressurgimento do proteccionismo”. Na sequência, reforçou que os BRICS se pretendem financiadores de um futuro promissor.

    Durante a intervenção, o Presidente do Brasil disse, ainda, que não haverá prosperidade num mundo conflagrado, aflorando que o fim das guerras e dos conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades dos Chefes de Estado e de Governo.

    Nesta ordem de ideias, referiu que “o vácuo de liderança” contribui para o agravamento das múltiplas crises que o mundo enfrenta.

    Em reacção à reunião de Alto Nível que acontece hoje, Lula da Silva mostrou-se confiante e disse acreditar que a Cimeira vai apontar soluções, e que, ao invés de barreiras, vai promover a integração, e no lugar da indiferença, a solidariedade.

    No quadro dos avanços dos BRICS, o Estadista brasileiro recordou que os 11 membros de pleno direito do grupo superam 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) global, em paridade de poder de compra. “Em 2024, enquanto o mundo cresceu 3,3 por cento, registamos uma expansão média de 4 por cento nos países dos Brics, e este ano seguiremos a um ritmo superior”, afirmou.

    Com o crescimento de países parceiros e convidados, acrescentou o Presidente brasileiro, o grupo foi consolidado como polo aglutinador de economias prósperas e dinâmicas.

    Durante a presidência brasileira no Grupo, Lula da Silva disse que foi dado um passo importante ao apoiar, colectivamente, a Convenção da ONU para a Cooperação Tributária e a visão de reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI).

    “O combate às desigualdades fortalece os mercados consumidores, impulsiona o comércio e alavanca o investimento”, referiu.

    O Chefe de Estado brasileiro e Presidente em exercício do bloco compartilhou que o intercâmbio comercial do Brasil com os BRICS foi de 210 biliões de dólares no ano passado, mais que o dobro do fluxo com a União Europeia (UE). “Só em produtos do agronegócio brasileiro, exportamos 71 biliões de dólares”, disse o líder brasileiro.

    Diante dos resultados mencionados, Lula da Silva é de opinião que os Estados parte dos BRICS podem liderar um novo modelo de desenvolvimento, agricultura sustentável, indústria verde, infra-estrutura resiliente e bioeconomia.