O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, manteve ontem, em Luanda, no quadro da 7.ª Cimeira União Africana – União Europeia, encontros separados com o Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e com os Primeiros-Ministros de Portugal e dos Países Baixos, Luís Montenegro e Hendrikus Schoof, respectivamente.
Os encontros, realizados momentos antes da cerimónia de abertura do mediático evento entre as duas organizações continentais, serviram para o estadista angolano e líder em funções da União Africana abordar com os convidados aspectos relativos ao evento, bem como passar em revista questões atinentes à relação bilateral.
O encontro com o Primeiro-Ministro dos Países Baixos serviu para aprofundar o compromisso europeu com o crescimento inclusivo do continente africano, enfatizar a necessidade de mecanismos mais sólidos de financiamento e partilha de conhecimento tecnológico.
Já o diálogo com o Secretário-Geral da ONU representou uma oportunidade para o Presidente angolano e líder da União Africana aproveitar para articular posições conjuntas sobre governação global, reforma do sistema multilateral e promoção da paz em África e no Mundo.
A cooperação entre a União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas é fundamental para enfrentar crises humanitárias, fortalecer missões de paz e promover uma ordem internacional baseada no respeito mútuo e no desenvolvimento equitativo.
Em declarações aos jornalistas, após a reunião com o Presidente João Lourenço, o Primeiro-Ministro português, Luís Montenegro, revelou que o diálogo com o estadista angolano incidiu sobre vários aspectos, sublinhando o facto de a cooperação entre Angola e Portugal estar a intensificar-se entre os dois governos, mas, também, através das empresas e das instituições, procurando com isso servir as comunidades.
“Temos, neste momento, uma interacção enorme com várias dezenas de milhares de angolanos que trabalham em Portugal e várias dezenas de milhares de portugueses que trabalham em Angola. Temos mais de 1250 empresas portuguesas que estão, neste momento, a laborar aqui em Angola e temos muitas outras que, não estando cá, exportam uma parte dos seus produtos e colaboram, portanto, para esta economia”, disse.
O chefe do Governo português ressaltou a parceria entre as instituições de ambos os países, em particular a cooperação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Portugal, com vista a poder robustecer os recursos humanos português e, também, os recursos humanos angolanos.
“As nossas instituições de ensino cooperam muito, também, para qualificar esses recursos e, portanto, estamos numa altura onde trocamos experiências e onde temos também objectivos que muitos deles são, depois, transportes para a cooperação entre a União Europeia e a União Africana”, destacou.
As audiências evidenciam o papel central da União Africana como interlocutor global e reforçam a importância do diálogo político de alto nível para a construção de uma parceria estratégica renovada entre África, Europa e a comunidade internacional.