• Plataforma agro-logística da Caála facilita acesso ao mercado externo


    Operadores nacionais vão poder aceder aos mercados externos através da plataforma agro-logística da Caála, que está a ser construída pelos Países Baixos na província do Huambo.

    A garantia foi dada ontem, em Luanda, pela nova embaixadora daquele país, Henny Fokel de Vries, depois de apresentar as cartas credenciais ao Presidente João Lourenço. A diplomata afirmou que o objectivo é ajudar a desenvolver a actividade do agro-negócio em Angola.

    Diplomata há 23 anos, Henny Fokel de Vries, que já trabalhou na Tanzânia, em Bangladesh, Moçambique e Paquistão, disse que a implementação deste projecto em Angola tem como objectivo ajudar o país a diversificar a economia e a gerar mais postos de trabalho para a juventude.

    "Já estamos a trabalhar muito na área da agricultura, mas também da energia, água e saúde", avançou a diplomata dos Países Baixos, acrescentando haver, igualmente, outros programas por desenvolver ao longo do Corredor do Lobito.

    Uma plataforma agro logística é um conjunto de infra-estruturas e sistemas que integram e gerem as actividades logísticas do agro-negócio, como armazenamento, transporte e distribuição, com o objectivo de optimizar a cadeia de suprimentos, do campo ao mercado.

    Essas plataformas podem ser físicas (plataformas logísticas com armazéns e infra-estrutura) ou digitais (sistemas que integram dados para tomadas de decisão e rastreabilidade).

    Em termos de benefício, as plataformas agro logísticas permitem a optimização da produção e custos, ajudam a entender ineficiências na lavoura e a tomar decisões mais assertivas, melhorando, deste modo, a produtividade. A iniciativa ajuda na tomada de decisão baseada em dados, transformando dados brutos em informações estratégicas para aumentar a produtividade e a lucratividade.

    Outra das suas vantagens passa pela facilidade que gera no acesso a novos mercados, viabilizando o escoamento da produção, o acesso a mercados internacionais e a conformidade com regulamentações, como as de sustentabilidade.

    Presidente acredita mais embaixadores
    O Presidente da República recebeu, ainda ontem, as cartas credenciais do embaixador extraordinário e plenipotenciário do Estado de Israel em Angola, Leo Vinovezky, que elegeu o fortalecimento das relações entre os dois países como uma das principais bandeiras do seu consulado.

    Diplomata de carreira com mais de 22 anos de experiência, Leo Vinovezky, que fala fluentemente o português, considerou o momento actual uma oportunidade sem igual para a elevação das relações entre Angola e Israel."Esse ano, nós celebramos 30 anos de abertura da nossa Embaixada aqui em Luanda, altura em que Angola celebra, também, 50 anos da sua Independência", ressaltou o diplomata israelita, que já trabalhou no Uruguai, Estados Unidos da América, Gradil, Etiópia, entre outros países.

    No domínio da cooperação, o novo embaixador de Israel em Angola disse haver interesse em cooperar com o país nas áreas da agricultura, indústria, medicina. "Queremos levar angolanos e angolanas a Israel para formação profissional, através da nossa Agência de Formação Profissional para o Desenvolvimento", frisou.

    Zâmbia e Namíbia
    Outro embaixador acreditado ontem pelo Presidente da República foi o da Zâmbia, Elias Munshya. O diplomata, que já exerceu funções de alto-comissário da Zâmbia na Austrália, Nova Zelândia e nas Ilhas do Pacífico, disse que uma das prioridades do seu mandato estará voltada para o Corredor do Lobito, para que se transforme "um sonho em realidade".

    O Chefe de Estado recebeu, em outra cerimónia, as cartas credenciais do embaixador da Namíbia, Leonard Lipumbu, que já foi embaixador nos Estados Unidos da América, no Canadá, Brasil e em França. Leonard Lipumbu disse que a prioridade do seu consulado passa pelo fortalecimento das relações entre os dois países limítrofes.

    "Gostaria de realçar que vamos nos basear muito na parte do desenvolvimento da infra-estrutura e, também, da questão do desenvolvimento dos recursos minerais", ressaltou.Numa outra cerimónia, o Presidente João Lourenço acreditou, também, o embaixador de Timor-Leste, Ivo Jorge Valente.

    De 55 anos e licenciado em Direito, Ivo Jorge Valente avançou que um dos objectivos da sua missão é o fortalecimento da cooperação entre Angola e Timor-Leste em várias áreas, tendo avançado que, além dos oito já rubricados entre os dois países, há, neste momento, quatro novas propostas em consulta no quadro do reforço das relações."Vamos ver o que é que podemos fazer no futuro para reforçar a cooperação entre Timor-Leste e Angola", ressaltou o diploma, que foi procurador-geral adjunto entre 2006 e 2009.

    Embaixadores não residentes
    O Presidente da República recebeu, ainda ontem, as cartas credenciais dos embaixadores do Canadá, Anderson Blanc, e da Indonésia, Mirza Nurhidayat, ambos na qualidade de não-residentes.

    As relações entre Angola e Canadá são de cooperação diplomática e económica, com ambas as partes a procurar o fortalecimento dos laços bilaterais, através de parcerias em vários sectores.

    Ucrânia agradece solidariedade de Angola pelo mau momento
    A Ucrânia agradeceu, ontem, a solidariedade de Angola pelo mau momento que está a passar, resultante do conflito com a Rússia. O reconhecimento foi expresso pelo embaixador da Ucrânia em Angola, Andrii Kasianov, depois de ter sido acreditado pelo Presidente da República, João Lourenço.

    "Eu, pessoalmente, agradeço ao Presidente João Lourenço por este forte apoio", declarou Andrii Kasianov, que já exerceu funções na Geórgia, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e nas organizações internacionais em Viena e Genebra.

    O diplomata ucraniano disse que o momento serviu para abordar com o Presidente João Lourenço a necessidade do fortalecimento da cooperação nos domínios energético, segurança alimentar e agricultura.
    "Isso significa que precisamos unir os nossos esforços, de modo a trabalharmos juntos para encontrar projectos beneficiários em todas as áreas que constituem interesse mútuo", acentuou.