A Assembleia Nacional continuará a erguer a sua voz a favor do fim de todos os conflitos existentes no mundo, defendendo o diálogo e o respeito pelo Direito Internacional como únicos caminhos possíveis para a paz, garantiu, segunda-feira, em Luanda, o líder do Parlamento angolano.
Adão de Almeida, que discursava durante uma sessão plenária solene por ocasião da visita oficial do Secretário-Geral das Nações Unidas a Angola, disse que a paz mundial continua distante, porquanto persistem conflitos militares em várias regiões do Planeta, com destaque para África, Europa e Médio Oriente.
O líder do Parlamento angolano considerou que “a incerteza domina o comércio internacional” e que “a sustentabilidade ambiental deixou de estar garantida”, colocando em risco a segurança alimentar e o futuro da humanidade. A par disso, indicou que o fosso entre países ricos e pobres continua a aumentar, sem que a economia e o sistema financeiro internacionais consigam dar respostas adequadas. “Um mundo em que 1 por cento da população acumula cerca de 45 por cento da riqueza global não pode esperar por paz social”, afirmou Adão de Almeida, sugerindo que “um mundo em que 50 por cento da população detém apenas 2 por cento dessa riqueza precisa de repensar os mecanismos de financiamento da economia internacional”.
Neste contexto, defendeu uma abordagem baseada no multilateralismo, capaz de salvaguardar os interesses de todas as nações e povos, sob pena de se aprofundarem as desigualdades sociais e a disparidade entre Estados.
O presidente da Assembleia Nacional defendeu, também, a urgência da transição energética, destacando a necessidade de um modelo justo que proteja as nações menos desenvolvidas, coincidentemente as menos poluentes. Adão de Almeida considerou que a dívida pública dos países menos desenvolvidos é, igualmente, “uma ameaça global”, exigindo mecanismos internacionais que permitam a sua reestruturação para garantir melhores condições de vida às populações.
Estes desafios, referiu, justificam o apoio do Parlamento angolano à necessidade de reconfiguração da ordem mundial e a implementação de reformas na ONU, especialmente no Conselho de Segurança, para que a paz prevaleça sobre a guerra e se consolide a igualdade soberana entre os Estados.
O líder do Parlamento elogiou a realização, em Angola, da 7.ª Cimeira União Africana-União Europeia, destacando a sua relevância no actual contexto político e diplomático.