• João Lourenço na Conferência da ONU sobre Financiamento ao Desenvolvimento


    O Presidente da República e da União Africana, João Lourenço, chega esta manhã à cidade espanhola de Sevilha, para uma visita de trabalho que se vai estender até terça-feira, durante a qual participará na 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento.

    Segundo secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa, Luís Fernando, o evento, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai ser uma jornada dedicada ao modo como se olha para o desenvolvimento das nações, “num mundo, por sinal, bastante desigual, e aquilo que pode e deve ser feito para que o gigantesco fosso entre o Norte Rico e o Sul de passo mais atrasado seja ultrapassado ou pelo menos atenuado”.

    Trata-se, segundo Luís Fernando, de uma “discussão mais do que urgente e necessária que a mais importante tribuna de discussões do planeta, a ONU, entende organizar periodicamente na convicção de que é possível o mundo caminhar para uma divisão menos egoísta dos seus recursos e possibilidades”.

    Angola e África, na pessoa do Presidente João Lourenço, lá estarão para fazer valer os seus pontos de vista, concluiu.

    A 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4) da ONU decorre de segunda a quinta-feira, dez anos depois da anterior, na Etiópia, em 2015. O objectivo agora é “renovar o quadro do financiamento global ao desenvolvimento”, num momento de “graves tensões geopolíticas e conflitos”, quando “estão gravemente atrasados” os objectivos acordados pela comunidade internacional na Agenda 2030, lê-se no texto “Compromisso de Sevilha”, a declaração já negociada no seio da ONU que deverá ser formalmente adoptada na próxima semana.

    Ao longo de 68 páginas, o “Compromisso de Sevilha” enfatiza, também, que só o reforço do multilateralismo, da cooperação internacional e de instituições como a ONU pode responder à necessidade urgente de erradicação da pobreza e enfrentar os impactos das alterações climáticas, especialmente graves nas regiões do mundo mais pobres.

    O documento deverá ser complementado com anúncios unilaterais de diversos países durante a conferência e de acções mais concretas a desenvolver no âmbito da “Plataforma de Sevilha para a Acção”, que será apresentada na próxima semana.

    A Conferência de Sevilha “é uma oportunidade única para reformar o sistema financeiro internacional”, que é hoje obsoleto e disfuncional, disse, recentemente, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, acrescentando: “Neste contexto turbulento, não podemos deixar que as nossas ambições se evaporem”.