• Georges Chikoti defende soberania africana sobre os recursos naturais


    O embaixador Georges Chikoti defendeu, em Luanda, a necessidade urgente de os países africanos conquistarem a verdadeira independência na gestão e exploração dos seus recursos naturais, como caminho para o desenvolvimento sustentável do continente.

    Durante a conferência de quinta-feira, sobre “A Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) e os Desafios do Actual Contexto Global”, o diplomata alertou para as limitações que impedem África de tomar decisões autónomas, tanto pela falta de capacidade institucional quanto pela fragilidade económica.

    “Queremos uma independência do nosso continente e dos nossos recursos. Precisamos reforçar as nossas instituições e envolver as organizações internacionais para superar as desigualdades que ainda caracterizam as relações entre o Norte e o Sul”, sublinhou.

    O antigo secretário-geral da OEACP afirmou que, nos últimos anos, os países do Sul têm tentado encontrar soluções para os seus desafios, mas esbarram na falta de poder militar e económico para se imporem no cenário internacional. Segundo Geores Chikoti, sem maior engajamento e cooperação eficaz com o Norte, organizações como a OEACP correm o risco de perder relevância no actual contexto global.

    O diplomata destacou o papel crescente da China na abordagem de alguns desafios africanos, especialmente ao nível da transferência tecnológica e do combate à pobreza. “O envolvimento da China tem ajudado a mitigar parte do atraso tecnológico e socio-económico do continente”, disse.

    No entanto, Georges Chikoti advertiu que o continente só avançará de forma sustentável se os Estados africanos forem capazes de alcançar, também, a independência institucional. “Os nossos países precisam reforçar o funcionamento das suas instituições para que possam gerir com eficácia os seus próprios orçamentos e prioridades”, acrescentou.