A Europa comprometeu-se em investir no continente africano cerca de 150 biliões de euros até 2027, dos quais foram já mobilizados, até a gora, acima de 120 biliões de euros.
A informação foi avançada, ontem, pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, durante a intervenção no Fórum Empresarial União Africana – União Europeia, promovido à margem da 7.ª Cimeira entre os dois blocos continentais.
A responsável europeia disse que o resultado do investimento demonstra que a Europa está alinhada para alcançar os objectivos da cooperação, com investimentos em grande escala no continente africano.
Nesta cooperação, a diplomata sublinhou que estão integrados como principais parceiros estratégicos os governos, bancos e empresas dos dois continentes, que hoje caminham na mesma direcção.
“Por esta razão redobramos os esforços para fortalecer as parcerias com o sector privado e, como prova, tenho presenciado empresas europeias que estão engajadas nesta aposta”, disse.
Ursula Von der Leyen referiu, também, que nos últimos meses têm auscultado os empresários e das contribuições colhidas a União Europeia tem dado passos significativos para reforçar os investimentos.
Em Outubro deste ano, frisou, foi desenvolvido um Centro Novo Global de Investimento, acção que permite, também, dar oportunidade às empresas para contribuírem com as suas ideias e projectos, e mobilizar apoio.
As empresas, reconheceu, são a vida dos acordos e que o trabalho que desenvolvem não é apenas sobre o empresariado e investimentos nos países, mas partilham competências, tecnologias transfronteiriças, constroem emprego do futuro, entre outras acções.
“O objectivo do Fórum Empresarial é construir relações fortes entre as indústrias da União Europeia com a União Africana, incluindo empresas e pessoas”, frisou, acrescentando que, desde a última Cimeira, realizada em 2022, o ambiente tornou-se difícil, mas a relação entre a África e Europa tem sido positivo e crescido significativamente.
Como prova desta união, acrescentou Ursula Von der Leyen, a Europa é o parceiro maioritário comercial de África, salientando que um terço do comércio desenvolvido pelos africanos é feito com a União Europeia.
“Portanto é um passo alargado, o caminho é contínuo, e há resposta em várias solicitações feitas pela classe empresarial”, garantiu Ursula Von der Leyen, esclarecendo que para as empresas continuarem a investir e crescer no mercado africano é necessário que haja captação de financiamento.
“África tem recursos em abundância, uma população jovem, dinâmica e talentosa. O que falta é capital para a implementação de infra-estruturas, empregos e inovação", observou.
Global Gateway
Muitos são os programas que a Europa tem desenvolvido para alavancar o sector privado, e um dos passos, segundo Ursula Von der Leyen, é por intermédio da Global Gateway, que permite a Europa continuar a trabalhar afincadamente para tornar este financiamento acessível e, ao mesmo tempo, dar garantias para que seja criado um ambiente favorável.
De igual modo, enfatizou a concentração na mobilização de investidores privados e infra-estruturas digitais. A título de exemplo, frisou, estão em desenvolvimento os cabos para a África do Leste e Oeste, e os “cabos medusa”, que conectam a Europa e África do Norte.
Ursula Von der Leyen destacou o financiamento acessível, aposta no empreendedorismo e a integração regional como factores essenciais para o continente africano, que considera um mercado com talento, criatividade e vontade, bem como regista uma taxa elevada de empreendedores.
Falando em comércio regional, a diplomata disse que, como as startups, é necessário apostar em novos talentos, investidores e clientes. “Por esta razão apoiamos a Zona de Comércio Livre Africana (ZCLA) desde a sua implementação”, garantiu.