As multinacionais petrolíferas BP e ENI vão começar a explorar gás em Angola a partir do final deste ano, por via de um projecto comum, orçado, numa primeira fase, em 4 mil milhões de dólares.
A informação foi avançada, ontem, em Luanda, pelos líderes das duas multinacionais, Claudio Descalzi e Murray Auchincloss, depois da audiência que lhes foi concedida, em separado, pelo Presidente da República, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta.
"Estamos felizes por informar que daremos início ao nosso primeiro projecto dedicado ao gás no final do ano", avançou Murray Auchincloss, líder da BP.
Por sua vez, Claudio Descalzi fez saber que, além deste valor, dedicaram um montante de 1,4 mil milhão de dólares para exploração de novos poços de gás. O gás a ser explorado, adiantou, vai servir para alimentar o projecto Angola LNG do Soyo.
Claudio Descalzi assegurou que o início desta actividade não vai anular a exploração de petróleo no país. "Porque gás, como tem dito o senhor ministro dos Recursos Minerais de Angola, é a nova fronteira", asseverou o líder da ENI.
Claudio Descalzi disse ter manifestado ao Presidente da República a intenção de construir, no país, a própria refinaria, a ser erguida na mesma zona em que está a Refinaria de Luanda. "Nós estamos a trabalhar num estudo de viabilidade para a construção da nossa própria refinaria aqui em Angola", adiantou.
Outro tema que mereceu destaque durante a audiência que o Presidente da República concedeu ao líder da ENI foi a produção de óleo vegetal para exportação. Sobre este assunto, Claudio Descalzi disse já terem realizado, neste ano, um estudo piloto com 5 mil hectares, onde trabalharam com cerca de 2 mil agricultores.
A ideia, precisou, é conseguir, em Angola, os mesmos resultados alcançados no Quénia, onde disse ter conseguido produzir cerca de 110 a 120 mil toneladas de óleo vegetal por ano.
"Isso também ajuda a criar emprego e novas linhas de negócios", declarou, informando que as multinacionais ENI e BP já investiram no país, através do projecto Azule Energy, cerca de 45 milhões de dólares, que serviram para apoiar, entre outras iniciativas, a desminagem.