O Presidente da União Africana, João Lourenço, discursou, quinta-feira, no encerramento da nona edição da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD 2025), que decorreu durante três dias, na cidade de Yokohama, Japão.
Excelência Shigeru Ishiba, Primeiro-Ministro do Japão;
Excelências Chefes de Estado e de Governo dos Estados-Membros da União Africana ou seus representantes;
Excelência António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas;
Excelência Mahmoud Ali Youssouf, Presidente da Comissão da União Africana;
Senhores Representantes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional;
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
Todo Protocolo observado.
Chegámos ao fim desta Nona Conferência do TICAD, depois de quase três dias de intenso trabalho, durante os quais aqui, nesta bela e acolhedora cidade de Yokohama, abordámos vários assuntos de interesse comum à volta dos temas relativos à paz e estabilidade, economia e sociedade.
O grande e principal reflexo destas discussões foi o alinhamento de posições entre nós, africanos e japoneses, a respeito das prioridades sobre as quais nos devemos debruçar e colaborar de forma cada vez mais intensa, para alcançarmos os objectivos estabelecidos na Agenda 2063 da União Africana, que tem merecido, por parte do Japão, uma atenção especial no âmbito da colaboração e da disponibilização de recursos destinados à sua concretização.
Os nossos debates nas diferentes sessões de trabalho que realizámos foram profícuos e contribuíram imensamente para que estabelecêssemos uma visão realista sobre as formas de levarmos por diante a ideia da co-criação de soluções para a modernização dos modelos de governação que nos ajudem a perspectivar soluções para garantir a segurança alimentar, melhorar os sistemas de ensino e educação, da saúde, reforçar as infra-estruturas em todos os domínios necessários ao impulsionamento dos factores de desenvolvimento nas áreas das energias, da mobilidade, da digitalização, que requer a sua utilização responsável para não ceder lugar a excessos e ao uso abusivo das grandes possibilidades que a Inteligência Artificial oferece à Humanidade.
Excelência,
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
A ampla convergência de opiniões e de pensamento plasmada na Declaração Final desta Conferência é um indicador de que, entre a África e o Japão, existe um longo caminho já percorrido com resultados plausíveis e um percurso por fazer, com perspectivas infinitas de virmos a concretizar iniciativas e projectos de desenvolvimento de grande alcance para o futuro de África e para os seus povos, aos quais, no contexto desta coordenação de acções comuns, pretendemos proporcionar condições de vida cada vez melhores.
Estes propósitos assentam sobre bases muito sólidas que temos vindo a construir desde 1993 e que agora, 32 anos depois, se ampliaram com a assinatura, durante esta Conferência, de algumas dezenas de instrumentos jurídicos que cobrem vários sectores da vida nacional de quase todos os países africanos aqui presentes.
Todos os compromissos assumidos neste importante Fórum têm a virtude de contribuir igualmente para o processo de integração regional de África através da Zona de Comércio Livre Continental Africana, que terá um papel inquestionável a desempenhar no esforço de desenvolvimento de África e da contribuição que pode prestar ao reforço da economia mundial, sobretudo quando conseguirmos garantir a paz e a estabilidade total no continente, premissa que sabemos ser fundamental para que este grande desígnio adquira o dinamismo e a velocidade necessárias à concretização dos objectivos a que se propõe.
Aqui também ficou patente que é uma prioridade incontornável agirmos coordenadamente ao nível de África em si mesma e em articulação com os nossos parceiros internacionais, dos quais realço o Japão, no sentido de levarmos a bom termo e com urgência os processos de paz em curso no continente africano e os esforços que envidamos para que, ao nível das Nações Unidas e de outros órgãos internacionais, se consiga pôr cobro às guerras e conflitos que assolam várias regiões do nosso planeta.
Excelências,
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
Em nome de África, agradeço as autoridades japonesas e especialmente ao senhor Primeiro-Ministro Ishiba Shigeru, por todo o empenho que colocaram na realização desta Conferência e pelas excelentes condições que criaram para que pudéssemos chegar a este momento com bons resultados e com perspectivas bastante animadoras para a Décima Conferência do TICAD que África terá o prazer e o privilégio de acolher dentro de três anos.