• Diplomatas saúdam resultados das Cimeiras África–Europa e do G20


    Os embaixadores da região da SADC acreditados junto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) manifestaram satisfação com os resultados alcançados na Cimeira África–União Europeia e na Cimeira do G20, recentemente realizadas no continente africano.

    A posição foi expressa ontem durante uma reunião de coordenação dedicada à preparação da 179.ª sessão do Conselho da FAO, agendada para Dezembro, momento em que os diplomatas destacaram a relevância da declaração final das duas cimeiras.

    Segundo o grupo, o documento reafirma que a parceria África–Europa evoluiu, ao longo dos últimos 25 anos, para uma agenda estratégica abrangente, alinhada com a Agenda 2063 da União Africana, com as prioridades da União Europeia e com a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

    Os embaixadores sublinharam que, num ambiente internacional marcado por tensões geopolíticas, conflitos, pobreza, desigualdades persistentes, transições digital e energética e crises climáticas e humanitárias, as cimeiras de Luanda e de Joanesburgo reforçaram o compromisso das partes com a ordem internacional baseada no direito e com o multilateralismo eficaz, enfatizando a necessidade de medidas concretas.

    De acordo com um documento citado pela Angop, o grupo destacou igualmente que a Cimeira de Luanda, integrada nesse processo, reafirmou princípios fundamentais como o respeito pela soberania dos Estados, a integridade territorial, a primazia da Carta das Nações Unidas e a necessidade de reformar instituições multilaterais, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, tornando-as mais inclusivas e representativas.

    Na ocasião, a embaixadora de Angola na Itália, Josefa Sacko, que apresentou os resultados da Cimeira UA–UE, afirmou que a parceria reforça áreas centrais do desenvolvimento africano, como a diversificação económica, o apoio à Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), o fortalecimento das cadeias de valor, incluindo minerais críticos, e o avanço de infraestruturas-chave, com destaque para o Corredor do Lobito.

    Segundo a diplomata, as transições digital, energética e climática figuram entre os principais eixos de trabalho, incluindo o compromisso de garantir energia limpa a 100 milhões de africanos até 2030, promover uma digitalização inclusiva e assegurar um financiamento climático mais justo.

    “A parceria entre África e Europa é hoje mais política, mais económica e mais orientada para acções concretas”, afirmou Josefa Sacko, recordando que as cimeiras assinalam os 25 anos da Parceria Estratégica UA–UE, iniciada no Cairo em 2000.

    A embaixadora destacou ainda que o reencontro dos dois continentes em Luanda demonstra que o diálogo entre África e Europa permanece essencial e deve traduzir-se em resultados tangíveis para os seus povos.