O representante de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco da Cruz, defendeu, sábado, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, a criação de mecanismos de financiamento sustentáveis e previsíveis para a Cooperação Sul-Sul, além das contribuições pontuais de cada Estado-membro.
A medida foi proposta durante um evento que marcou a celebração do Dia das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul 2025, que decorreu sob o lema “Novas oportunidades e inovação através da cooperação Sul-Sul e Triangular”.
Francisco da Cruz sublinhou que o financiamento combinado e as janelas de financiamento dedicadas dentro do sistema da ONU devem ser alargados para apoiar projectos transformadores.
Neste sentido, o diplomata entende que o “Sul Global” deve ser reconhecido como uma fonte de soluções e inovação.
Francisco José da Cruz considerou imperativo alinhar a “Cooperação Sul-Sul” com o Pacto para o Futuro e os resultados da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), que teve lugar em Julho, na cidade de Sevilha, Reino de Espanha, reunindo líderes globais a fim de discutir o financiamento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Estas modalidades, segundo o diplomata angolano, reforçam a voz do Sul Global na governação internacional e contribuem para um sistema multilateral mais justo, inclusivo e eficaz.
Francisco José da Cruz reafirmou que a Cooperação Sul-Sul não é apenas uma opção, mas uma necessidade estratégica para garantir que nenhum país seja deixado para trás.
O embaixador realçou que a Cooperação Sul-Sul e Triangular oferece exactamente esse caminho, através de modalidades assentes na confiança, na reciprocidade e em soluções adaptadas ao contexto, complementando as formas tradicionais de cooperação.
Neste contexto, o diplomata reiterou que Angola continua firmemente empenhada em trabalhar com todos os parceiros para transformar este potencial em resultados tangíveis para os povos.
O representante destacou que a celebração se reveste de particular significado, por simbolizar o espírito de solidariedade e de progresso partilhado que inspirou o Plano de Acção de Buenos Aires, adoptado há 47 anos.