A Cimeira EUA-África, que a capital do país acolhe de 22 a 25 de Junho, vai servir para a classe empresarial nacional poder captar e reforçar a cooperação com os investidores norte-americanos dos diversos sectores da actividade económica.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA), Vicente Soares, afirmou, ontem, em Caxito, província do Bengo, que a 17ª Cimeira Empresarial EUA-África, reflecte o actual momento de aproximação estratégica entre Angola e os Estados Unidos.
Em entrevista ao Jornal de Angola, Vicente Soares, sublinhou que o evento é uma plataforma para as empresas africanas captarem capital norte-americano e para as empresas dos EUA ampliarem a sua presença nos mercados africanos.
“A cimeira constitui sempre uma ocasião privilegiada para mostrar o melhor que o país dispõe. Angola é rica em recursos naturais, como o petróleo, gás, diamantes, agricultura, pescas e turismo. Tem uma juventude empreendedora e uma posição geográfica estratégica que pode transformar o país numa plataforma logística continental”, salientou o responsável.
Vicente Soares sublinhou, também, que Angola deve aproveitar a cimeira para atrair investimentos sustentáveis e reforçar a imagem, como destino seguro e atractivo para negócios.
“Temos de nos preparar para não sermos apenas espectadores. Angola dispõe de terras aráveis, recursos hídricos, energia renovável, um mercado jovem e vontade de transformar a economia. A Cimeira será uma vitrina para o mundo, e Angola tem de estar pronta para brilhar”, referiu.
Além das questões políticas, explicou, o encontro será uma montra de oportunidades de negócio, pois vão participar mais de 1.500 delegados e Chefes de Estado.
“É o momento ideal para apresentarmos projectos estruturantes e estabelecermos novas parcerias. Teremos a presença de empresários americanos, representantes de países africanos e delegações de outras regiões, incluindo a União Europeia”, frisou.
O programa da Cimeira inclui sessões plenárias de alto nível, diálogos sectoriais, mesas-redondas privadas e sessões de “networking” B2B, bem como uma exposição de soluções tecnológicas.
A realização do evento coincide com as celebrações dos 50 anos da Independência Nacional, que se assinalam a 11 de Novembro de 2025.
Visibilidade internacional
O economista Flaviano Capita afirmou que a realização no país da Cimeira Estados Unidos da América-África vai aumentar a visibilidade internacional das potencialidades do país e reforçar o desenvolvimento económico que se regista actualmente, afirmou ontem, em Cabinda.
Em declarações ao Jornal de Angola, Flaviano Capita referiu que para a realização da Cimeira, que vai reunir vários empresários do continente africano e americano, estão a ser desenvolvidas diversas estratégias de marketing sobre as nossas potencialidades económicas, com vista a atracção de um grande número de investidores estrangeiros.
Segundo o professor universitário, a interacção que os empresários angolanos deverão estabelecer com os norte-americanos e de outros países de África, vai alargar as oportunidades de negócio e, consequentemente, imprimir maior dinâmica na diversificação da economia do país e permitir que a sustentabilidade do desenvolvimento seja possível.
Essa interacção, disse, vai permitir o desenvolvimento estratégico do capital humano, considerado o principal factor que contribui fortemente no progresso de qualquer país.
Na visão do economista, com a realização da 17ª Cimeira Estados Unidos da América-África, o país ganha muito mais do que se pode imaginar, porque os investimentos estrangeiros directos não trazem apenas capital financeiro, mas também conhecimentos técnicos e a tecnologia, para assegurar o desenvolvimento do país, sobretudo naqueles sectores de alta intensidade de capital e de trabalho, e promover a empregabilidade.
“Com a realização do evento, o país sai a ganhar em termos de aumento da produtividade, produção, diversificação da economia, criação de mais postos de trabalho e, consequentemente, na promoção das acções de desenvolvimento socioeconómico”, disse.
A 17ª Cimeira de Negócios Estados Unidos da América – África é promovida pela Corporate Council on Africa (Conselho Corporativo para África - CCA), uma associação empresarial focada, exclusivamente, em conectar interesses comerciais entre os Estados Unidos e o continente africano, em parceria com o Governo de Angola.