• BNA mantém inalterada taxas de juro de referência


    O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM/BNA) decidiu manter as principais taxas de juros de referência como sinal de reconhecimento de estabilidade no mercado.

    Segundo o governador Manuel Tiago Dias, ontem, no Soyo, província do Zaire, após analisados os mercados nacionais e internacionais, o órgão de apoio às decisões foi de parecer favorável em manter a Taxa BNA em 19,5 por cento, a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5 por cento e a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5 por cento.

    O governador do banco central disse que a manutenção das taxas de política teve em consideração o ambiente de incertezas que se mantém no cenário internacional e as expectativas geradas pelo ajustamento dos preços administrados na economia nacional.

    Também, disse Manuel Tiago Dias, foi decidida a redução do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19 por cento para 18 por cento.

    “A redução do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional visa influenciar a redução das taxas de juro no mercado interbancário e estimular o financiamento ao sector real da economia”, justificou.

    Inflação mensal

    A taxa de inflação mensal fixou-se em 1,21 por cento em Junho de 2025, comparativamente aos 1,17 por cento observados no mês anterior, como resultado do efeito de primeira ordem do ajuste administrativo das tarifas de electricidade e água.

    A classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas contribuiu com 0,72 pontos percentuais, representando 59,18 por cento da inflação total, uma redução substancial da contribuição dessa classe num passado recente.
    A inflação homóloga, referente aos últimos doze (12) meses, continua o seu percurso descendente e situou-se em 19,73 por cento, comparativamente aos 20,74 por cento do mês anterior e 31 por cento do período homólogo do ano passado.

    As condições prevalecentes na economia têm contribuído para a desaceleração da inflação, nomeadamente a disponibilidade de uma maior oferta de produtos de amplo consumo, suportada pelo aumento da produção nacional, as condições monetárias adequadas e a estabilidade da taxa de câmbio.

    A desaceleração da inflação continua a ser induzida pela redução da inflação de bens alimentares, em particular na província de Luanda.

    No domínio monetário, a Base Monetária em moeda nacional contraiu 2,06 por cento no mês de Junho, após ter contraído 3,71 por cento em Maio, contribuindo para a contracção acumulada de 10,87 por cento. Comparativamente ao período homólogo, a Base Monetária contraiu 2,17 por cento.

    Por sua vez, o agregado monetário M2, em moeda nacional, expandiu 1,80 por cento no mês de Junho de 2025, elevando a variação acumulada homóloga para 6,50 e 10,78 por cento, respectivamente.

    Crédito à economia

    O stock de crédito à economia, em moeda nacional, atingiu 6,46 biliões de kwanzas, representando um aumento de 3,18 por cento face ao mês de Maio e uma variação acumulada de 7,40 por cento, ou seja, 444,75 mil milhões de kwanzas em termos absolutos. Em termos homólogos, o crédito à economia concedido em moeda nacional cresceu 31,24 por cento.

    No sector externo, o saldo superavitário da conta de bens aumentou em 36,33 por cento, tendo passado de 914,73 milhões de dólares dos Estados Unidos, em Maio, para 1,25 mil milhões de dólares dos Estados Unidos em Junho de 2025.

    Em termos acumulados até ao mês de Junho, o saldo da conta de bens atingiu 7,29 mil milhões de dólares dos Estados Unidos, situando-se abaixo dos 11,90 mil milhões de dólares dos Estados Unidos registados no período homólogo de 2024, representando uma redução de 4,61 mil milhões de dólares dos Estados Unidos.

    A redução do superavit da conta de bens em termos acumulados deveu-se ao efeito combinado da redução do valor das exportações em 3,80 mil milhões de dólares dos Estados Unidos e ao aumento do valor das importações em 810,06 milhões de dólares dos Estados Unidos.

    Todavia, a oferta de moeda estrangeira no mercado cambial continuou sustentada, tendo sido transaccionados 5,55 mil milhões de dólares dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025, que, comparado com os 5,08 mil milhões de dólares dos Estados Unidos do ano passado, representou um aumento de cerca de 480 milhões de dólares dos Estados Unidos.

    O stock das Reservas Internacionais fixou-se em 15,65 mil milhões de dólares dos Estados Unidos, o que corresponde a um grau de cobertura de 7,88 meses de importação de bens e serviços.