Nesta rubrica, o Centro de Articulação com a Diáspora (CAD) traz a história de uma angolana que devolve auto-estima a outras mulheres pelo mundo ao transformar vidas através da beleza.
Trata-se da jovem Lassalete Florinda Lucas dos Santos Barbalat, de 37 anos de idade, um exemplo inspirador de resiliência, fé e propósito.
Natural de Angola, casada e mãe de três filhos, formou-se em Engenharia Informática pela Universidade Metodista de Angola (UMA), mas foi no universo da beleza e das perucas artesanais (as famosas laces) em que encontrou a verdadeira paixão e missão de vida:
transformar a auto-estima e o destino de mulheres através da arte e do empreendedorismo.
Embora formada em Engenharia Informática, Lassalete sempre foi apaixonada por inovação e trabalhos manuais, reconhecendo que a engenharia lhe deu disciplina e estratégia, usando isso para empreender na área da estética.
Da união nasceu a Academia African Style, a primeira em Israel a ensinar a confeccionar laces do zero.
“Gosto de desafios e acredito que todos os anos devemos apresentar a nossa melhor versão. Assim como um software precisa de actualização, também nós devemos evoluir. A minha técnica de hoje não é a mesma de ontem — estou sempre a inovar”, afirma com entusiasmo.
African Style: um espaço de beleza e formação
O empreendimento, criado em conjunto com o marido, divide-se em duas áreas: uma de beleza, na qual atende mulheres em busca de transformação visual — muitas delas em tratamentos oncológicos ou com alopecia —, e outra de formação profissional, voltada sobretudo para jovens e mães solteiras que procuram uma nova oportunidade de sustento.
Considera um orgulho ser angolana e trazer algo novo num país tão competitivo como Israel. Manter-se aqui é um desafio, mas também uma vitória”, reconhece.
Projectos sociais com coração
Mais do que um negócio, Lassalete faz da sua arte uma missão social. Lidera dois projectos solidários: “Sonhando com Fios” e “Leve Tov” (que significa Coração Bom em hebraico).
O primeiro consiste em confeccionar laces personalizadas para crianças que perderam o cabelo por doença ou acidente. Já o segundo visa oferecer formação gratuita a jovens mulheres sem recursos, principalmente em Angola.
Revela ter recebido este dom de Deus e acredita que mais vale dar do que receber. Se puder ensinar cinco jovens gratuitamente, já será uma grande vitória”, conta emocionada.
Estes projectos foram também apresentados na Conferência sobre o Capital Humano, em alusão aos 50 anos da Independência de Angola, reforçando o compromisso de Lassalete com o desenvolvimento social e feminino do seu país.
Planos para o futuro
Com os olhos postos no futuro, Lassalete sonha em abrir uma fábrica de confecção de laces em Angola, com mão-de-obra nacional e qualidade internacional.
Acredita que o mercado angolano tem muito potencial. "Podemos empregar jovens, produzir com qualidade e mostrar que o talento angolano é reconhecido no mundo. Se o modelo funciona em Israel, pode funcionar em qualquer parte”, garante.