• Angola defende acções com impacto nos africanos


    O ministro das Relações Exteriores e presidente em exercício do Conselho Executivo da União Africana, Téte António, defendeu, quinta-feira, em Malabo, Guiné Equatorial, uma abordagem prática, coordenada e urgente para transformar a visão continental em acções concretas com impacto directo na vida dos povos africanos.

    O chefe da diplomacia angolana, que falava na abertura da 47.ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana, sublinhou que a organização deve transformar as suas decisões e visões em acções concretas e mensuráveis, sob pena de comprometer o futuro do continente.

    “Somos os guardiões do cumprimento das decisões da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, e catalisadores da integração continental. É imperativo traduzir as aspirações da Agenda 2063 em acções concretas para o bem-estar dos nossos povos”, afirmou.

    Téte António afirmou, ainda, que o continente não pode permitir que esta visão se mantenha apenas no papel, sendo necessário acelerar a implementação dos programas prioritários, combater a burocracia institucional e mobilizar recursos para garantir resultados reais.

    Na ocasião, o também presidente do Conselho Executivo da União Africana destacou a importância do encontro como um momento crucial para reafirmar o compromisso colectivo dos Estados-membros com o futuro do continente.

    O compromisso de Angola na presidência rotativa da União Africana, desde Fevereiro deste ano, reiterou Téte António, é liderar com escuta activa, espírito conciliador e respeito pelos princípios fundadores da Organização Continental, nomeadamente, unidade, soberania, justiça social e desenvolvimento sustentável.

    “Convidamos todos os colegas a contribuírem com o seu saber, experiência e espírito de solidariedade africana. Que sejamos guiados por uma diplomacia de princípios e uma gestão pública orientada por resultados”, apelou.

    Sobre o encontro, Téte António sublinhou que esta sessão ocorre num momento de viragem para África, exigindo visão estratégica, responsabilidade política e acção coordenada.

    “É com grande honra e espírito de unidade africana que dou as boas-vindas a todos os presentes. Esta sessão representa mais do que um encontro técnico-político é uma expressão da nossa determinação colectiva de construir a África que queremos”, afirmou.

    Durante dois dias de trabalhos, os representantes dos Estados-membros vão abordar temas estratégicos com impacto directo na integração continental, entre os quais se destacam a “avaliação das actividades do Comité dos Representantes Permanentes” e o “financiamento sustentável da União Africana, liderado pelo Comité Ministerial da Escala de Avaliação e o F15”.

    Constam, ainda, dos temas a serem abordados, o “acompanhamento da implementação da Agenda 2063”; “coordenação das candidaturas africanas em foros internacionais”, “desafio da ratificação e implementação de tratados aprovados no seio da UA”; e a “eleição de dois novos comissários e outros membros de órgãos da organização”.

    De acordo com o ministro Téte António, cada ponto da agenda exige de visão estratégica, coragem política e precisão técnica, sublinhando que “as decisões que tomaremos são fruto de um consenso político amadurecido, e representam um acto de soberania colectiva dos Estados-membros”.

    A finalizar, o chefe da diplomacia angolana reafirmou o papel de Angola como actor central para a promoção da integração, da paz e do desenvolvimento do continente.

    Um dos momentos mais esperados da sessão será a análise dos documentos preparatórios da 7.ª Reunião de Coordenação Semestral entre a UA, as Comunidades Económicas Regionais (CER) e os Mecanismos Regionais (MRs), cuja articulação é tida como fundamental para uma União Africana mais coesa e funcional.