Angola considera a actual situação de segurança na região do Sahel bastante complexa e caracterizada por uma combinação de factores que incluem insurgência, terrorismo, instabilidade política e crises humanitárias.
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
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Imagem de capa da notíciaAngola considera complexa situação de segurança no Sahel
@Edições Novembro
A preocupação foi manifestada, ontem, em Luanda, pelo ministro das Relações Exteriores e presidente do Conselho Executivo da União Africana (UA), Téte António, durante a participação na Audição Pública Virtual com a delegação de parlamentares europeus da Assembleia Parlamentar África - União Europeia, sobre a situação política e de segurança no Sahel e recomendações para o futuro.
“Preocupado com esta situação, João Lourenço, Presidente da República e em exercício da União Africana, mandatou-nos para, na qualidade de enviado especial, efectuar uma missão de bons ofícios à Região do Sahel, em Junho de 2025, com início no Senegal, e, posteriormente, ao Burkina Faso, Mali e Níger”, disse o chefe da diplomacia angolana.
Téte António esclareceu, durante a reunião, por videoconferência, que o isolamento, as sanções e a ausência de apoio ao desenvolvimento aos países em transição e respectivas populações “terão efeitos contraproducentes, requerendo da União Africana, União Europeia e dos restantes actores internacionais uma revisão da sua postura”.
De acordo com uma nota de imprensa a que o Jornal de Angola teve acesso, a reunião foi presidida pelo presidente do Grupo Parlamentar Europa - África do Parlamento Europeu, Hilde Vautmans, e contou com a participação de distintos membros da Assembleia Parlamentar da Comissão Europa - África e do enviado especial da União Europeia para a Região do Sahel, João Cravinho.
A participação do ministro angolano das Relações Exteriores, na qualidade de presidente do Conselho da UA, refere a mesma nota, ocorre no âmbito do diálogo político estruturado previsto no Acordo de Samoa, que reforça os laços históricos, políticos e estratégicos entre a União Europeia, o bloco africano e os países-membros da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP).
Inspirada pelos princípios dos pais fundadores da Organização da Unidade Africana (OUA) e, posteriormente, reiterados pela União Africana, conforme Carta Constitutiva, nomeadamente os princípios da solidariedade e da não indiferença, a missão teve como objectivo avaliar, in loco, a situação política, de segurança e humanitária das populações destes países e formular recomendações concretas para a normalização institucional e a restauração da ordem democrática.
João Lourenço recomenda designação de enviado especial
Face a este cenário, e por recomendação do líder pro tempore da União Africana, foi aprovada a designação de um enviado especial para os Países do Sahel e da Aliança dos Estados do Sahel (AES), função que é desempenhada por Evariste Ndayishimiye, Presidente da República do Burundi, próximo presidente em Exercício da União Africana, em 2026, que aceitou a missão política e estratégica no interesse colectivo da UA.
O mandato do enviado especial inclui o reforço do diálogo com governos locais, líderes comunitários, organizações regionais, sociedade civil e outros actores relevantes, visando a promoção de estratégias abrangentes para a paz e estabilidade duradouras, devendo apresentar relatórios periódicos sobre o evoluir da situação.