O Dia Internacional da Mulher na Diplomacia foi celebrado na sexta-feira, em Angola, pela primeira vez, com foco na liderança, conquistas e desafios.

O encontro, que teve lugar na Academia Diplomática Venâncio de Moura, destacou o papel feminino no cenário diplomático e proporcionou um espaço de reflexão, partilha de experiências e inspiração para as futuras gerações de diplomatas.

Em representação do chefe da diplomacia angolana, Téte António, a secretária de Estado para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, presidiu o acto, saudando a iniciativa das Nações Unidas que instituiu a data através da Resolução 76/269, de 20 de junho de 2022.

Numa nota de imprensa enviada ao JA Online, o MIREX avança que esta celebração reconhece a presença e a contribuição das mulheres, desde o associativismo de base até à participação decisiva nas questões de paz, segurança internacional e desenvolvimento global.

Protagonismo das mulheres angolanas
Ao tomar a palavra, a decana do Corpo Diplomático, a embaixadora do Reino de Marrocos em Angola, Saadia El Alaoui, manifestou satisfação com o protagonismo que algumas mulheres diplomatas angolanas têm assumido perante os desafios da profissão.

A diplomata elogiou, ainda, Angola pelos notáveis progressos na promoção da mulher, sublinhando que a igualdade entre homens e mulheres não é apenas uma questão de justiça, mas sobretudo um motor de progresso e um pilar essencial da paz e da estabilidade, tanto para a nossa sociedade como para o mundo.

Já a coordenadora Residente das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani, realçou que a participação das mulheres na diplomacia é uma questão de justiça e eficácia, lembrando que a diversidade de género na tomada de decisões resulta em soluções mais inclusivas, sustentáveis e inovadoras.

Homenagens
A cerimónia foi marcada também com homenagem a duas pioneiras da diplomacia angolana, nomeadamente a embaixadora de carreira Olga Lima, primeira mulher diplomata em Angola independente e Maria Haller, primeira embaixadora Extraordinária e Plenipotenciário de Angola.

A celebração decorreu no formato de uma roda de conversa, moderada pelo director-geral da Academia Diplomática, José Marcos Barrica, e contou com as intervenções da embaixadora do Brasil em Angola, Eugénia Barthelmes, do embaixador Virgílio Faria; da embaixadora Yema da Silva, representante Permanente Adjunta de Angola junto da União Africana, da ministra Conselheira Chen Feng, representante da Embaixada da China; e da Dra. HaGe Wagam, directora da ONUSIDA em Angola.

O ambiente foi marcado por uma interação entre prelectores e participantes, com debates sobre os principais desafios enfrentados pelas mulheres na carreira diplomática a nível global; políticas para promoção da igualdade de oportunidades em cargos de liderança; a importância da mentoria e do networking para mulheres na diplomacia.

Entre os presentes, destacaram-se mulheres diplomatas, especialistas em Relações Internacionais, estudantes universitários, representantes do corpo diplomático acreditado em Angola, funcionários do MIREX e da ADVM.

Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou, por consenso*, o dia 18 de julho como *Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia*, convidando Estados, organismos internacionais, ONG, instituições académicas e associações profissionais a assinalarem a data com acções de valorização e promoção do papel feminino no cenário internacional.