• África regista crescimento de 35% na utilização de IA


    O continente africano regista, todos os anos, um crescimento de cerca de 30 por cento na utilização de soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA) e poderá atrair investimentos anuais na ordem dos 15 mil milhões de dólares, afirmou, em Luanda, o sócio da PWC Angola, Tito Tavares.

    Em declarações aos jornalistas, segunda-feira, à margem do I Fórum Nacional de Inteligência Artificial (FNIA25), o responsável destacou que poderá atrair investimentos anuais na ordem dos 15 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.

    “Mais de 50 por cento da população africana tem menos de 20 anos e são jovens habituados ao telemóvel, com coragem e abertura para inovar. Este perfil é ideal para adoptar e adaptar rapidamente tecnologias emergentes como a IA”, disse.

    Tito Tavares alerta para a importância de desenvolver uma regulamentação própria, que não seja apenas cópia das normas europeias ou americanas, destacando que “Angola tem realidades específicas em telecomunicações e formação que devem ser vistas como oportunidades”. Acrescentou que a legislação deve garantir inovação com responsabilidade, mas adaptada ao nosso contexto.

    A nível global, a regulamentação da IA já começou a ser estruturada em níveis de risco, desde o uso proibido (como vigilância de pessoas) aos riscos reduzidos (como filtros de spam ou navegação por GPS).

    Para Tito Tavares, o continente africano deve aprender com estas experiências, mas contextualizá-las, adiantando que a inclusão digital é outro dos pontos críticos.

    “Apesar do uso limitado da internet, África lidera nas transacções móveis. Isso mostra como o telemóvel pode ser uma ponte para a literacia digital e a formação”, referiu.

    O CEO da New Cognito, Sérgio Lopes, considera que a IA deve ser vista como aliada, na medida em que “não vai extinguir profissões, mas transformá-las”, justificando ser “uma ferramenta que nos pode tornar mais eficientes e criativos”. E acrescenta: “O artista continua a ser essencial. A IA só amplifica o seu potencial”.