Os acordos que Angola rubricou, na sexta-feira, em Yokohama, com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC), com o Mizuho Financial Group e com o Banco Rubank, à margem da 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD9), vão funcionar por via da exploração do mercado de capitais japonês, através da emissão de obrigações por parte de Angola, esclareceu a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.
Em declarações à imprensa, no Japão, a governante angolana explicou que os dois protocolos visam definir os procedimentos para tornar mais expedito os processos de aprovação de financiamento e de desembolso aos projectos aprovados.
A par desses instrumentos, disse, Angola assinou outros dois protocolos com a Agência Internacional para a Cooperação do Japão (JAICA), a partir de uma rubrica para uma doação de cerca de 10 milhões de dólares a favor do Estado angolano.
O referido montante será destinado a financiar projectos estruturantes do sector da electricidade e no desenvolvimento da televisão digital terrestre, à disposição da Televisão Pública da Angola.
Quanto ao acordo no domínio da energia eléctrica, referiu, visa financiar uma linha de transmissão para transportar electricidade da província da Huíla ao Namibe, para consolidar, cada vez mais, a componente do processo de geração de energia, particularmente na componente da rede de transporte e distribuição.
“Angola já conta com alguns investimentos na produção, mas temos de reforçar o segmento do transporte e distribuição”, defendeu a ministra, esclarecendo que esse financiamento japonês visa colocar recursos nessa estratégia.
Vera Daves de Sousa disse, ainda, que a ocasião serviu também para estabelecer diálogos preliminares, citando a audiência concedida pelo Presidente da República ao director-geral do AFC para sondar a disponibilidade de financiar a iniciativa privada.
Segundo a governante, na circunstância foi associada a linha de transmissão, no caso de financiar outro troço que permita vender energia a países vizinhos. Argumentou que o país está a procurar, por via do investimento público ou de Parceria Público-Privada, reforçar a aposta do Executivo naquilo que é o transporte e, posteriormente, na distribuição e exportação da energia que o país produz.
A ministra das Finanças fez um balanço positivo da visita do Presidente João Lourenço ao Japão, no sentido de que Angola conseguiu endividamento em termos concessionais, com um bom período de carência, taxa de juros boa, o que se traduz em prestações mais leves. Sublinhou que o Japão também fará doações para projectos relevantes, a par de intenções de investimento privado.