O presidente do Conselho Europeu, António Costa, assinalou ontem durante uma visita à Fortaleza São Francisco de Penedo, em Luanda, que o futuro deve ser construído com base no conhecimento do passado, composto por episódios gloriosos e também dolorosos.

A Fortaleza recebe obras de restauração e apetrechamento para se tornar no Museu da Luta de Libertação.

O monumento parte de um conjunto de defensivo que, entre os séculos XVII e XIX, protegeu a cidade de Luanda.

Na ocasião, António Costa recordou que a Fortaleza de São Francisco do Penedo funcionou, no passado, como um espaço de defesa da cidade de Luanda contra os invasores, assim como uma prisão política e "depósito de escravos, esta última função do local considerada por Costa como "muito mais dramático da história da humanidade".

Em declarações à imprensa, António Costa disse que a História do povo de Angola e de Portugal, reconciliada 50 anos depois, manifesta uma experiência que culminou com a velha narrativa "Portugal único e indivisível".

"Os dois povos tiveram uma luta de libertação gémea contra a ditadura e o colonialismo, por isso, meio século depois, os portugueses festejam a mesma alegria que os angolanos o fazem na Independência", ressaltou António Costa, que foi acompanhado nesta visita pelo ministro da Cultura, Filipe Zau.

Esta é a segunda visita de António Costa à Fortaleza de São Francisco do Penedo. A primeira foi realizada em 2023, ainda na qualidade de Primeiro-Ministro de Portugal.

Claudina Quengue, a responsável pelas obras, disse que a entrega da empreitada ao Ministério da Cultura está prevista para Agosto do próximo ano.

Em termos de execução, continuou, a obra está na ordem de 39 por cento, compreendendo a primeira fase de consolidação do edifício.

A Fortaleza de São Francisco do Penedo é um monumento histórico em processo de requalificação, integrado na linha de financiamento Portugal-Angola, que albergará o Museu da Luta pela Libertação Nacional de Angola.